domingo, 10 de maio de 2015

“PAIS DE BARBAS BRANCAS”

Esperei pelo Pai Natal, mas convencido,
Que ele só existe em fantasia!
De qualquer modo eu vi que nesse dia,
Ele aparece em vários, repetido!

Será como sempre, conhecido
Naquela imagem surda e vazia…
A iludir crianças repetia,
Sempre a mesma receita que vendia!

Existem sempre os bem-intencionados,
Aqueles que vivem preocupados
Ainda vão lembrando entes queridos!

Esses homens de barbas somos nós,
Entre pais, filhos, netos e avós,
Porque os das chaminés, andam perdidos!


João da Palma (Amlapad)
QUATRO DIVIDADES…”

São quatro, os elementos essenciais,
Para neste planeta se viver!
A vida não podia acontecer…
Sem estes quatro Deus… potenciais!

São quatro divindades naturais,
Que apalpo e que sinto reviver,
Que assisto cada dia o sol nascer,
Para temperar a vida aos animais!

A Água é o tempero imprescindível
O Ar é necessário, é invisível,
O Sol, dá-nos a luz e o seu calor!

Fenómenos na Terra conjugados…
Os nossos quatro Deus interligados,
Decerto os inventou, um Criador!


João da Palma (Amlapad)
“SE FORES AO ALENTEJO”

Mote:
Se fores ao Alentejo
Passa lá, pelos Tacões!
Dá-lhe um abraço e um beijo,
E as minhas saudações!

Glosas:
Vai conhecer essas fontes…
De tradições de sobejo
Visita Aldeias e Montes,
Se fores ao Alentejo!

Traz-me de lá novidades
E ouve as suas canções.
Não vagueies só nas cidades
Passa lá, pelos Tacões!

Essa Província da calma…
Que eu adoro e desejo!
Se encontrares algum Palma,
Dá-lhe um abraço e um beijo

Os Fernandes, outro laço,
Raízes de gerações!
A todos, dá um abraço,
E as minhas saudações!


João da Palma, (Amlapad)
“SETE DEZENAS E MEIA
DE ANOS”

Mote:
Sete dezenas e meia,
Ou seja, três quarteirões!
São mais do que uma mão cheia
De muitas recordações!

Glosas:
Vou vivendo, vou andado
Um dia de cada vez,
Neste solo Português
E o mundo observando!
Resistindo e aguentando
Da sociedade, abanões…
Com milhares de interrogações,
Tantos anos nesta teia…
Sete dezenas e meia,
Ou seja, três quarteirões!

São estes setenta e cindo
Anos, que por mim passaram.
Muitas marcas me deixaram,
Com as quais, hoje não brinco,
Vou superando com afinco
Conforme as ocasiões
Apanhando desilusões
No tempo, que nos rodeia,
São mais do que uma mão cheia
De muitas recordações!

Todas estas primaveras
Nascidas na minha aldeia
Com certezas e quimeras,
Sete dezenas e meia!


João da Palma (Amlapad)
“SONHANDO ACORDADO”

O homem nunca pára de sonhar!
Sonhando e caminhando pela vida,
Acertando ou errando na subida…
Só desce, se não sonha em se agarrar!

Agarrado ao sonho e a lutar!
Observando à distância, e à medida…
Que cada sonho é foto reflectida,
Em vagos espelhos de água a se afogar!

O homem vai sonhando a vida inteira
Desperta, e vai sonhar de outra maneira…
Nunca a dormir, os sonhos são reais!

É bom sonhar contigo meu amor!
De dia e de noite, seja onde for,
Os sonhos, acordado valem mais!


João da Palma  (Amlapad)
TAPAR O SOL COM A PENEIRA

Mote:
Não me queiram obrigar
Ver só; à vossa maneira!
Nunca penseis em tapar
O sol com uma peneira!

Glosas:
Nas crenças…p’la oração,
Somos livres de pensar.
De me convencer, ou não,
Não me queiram obrigar!

Certezas, não há nenhuma,
Por muito que a gente queira
Não passa em cabeça alguma,
Ver só, à vossa maneira!

Neste mundo em vai e vem,
Estamos fartos de observar!
Olhos que vêm tão bem,
Nunca penseis em tapar!

Quem pensar que pode ver
O que não vê, é asneira!
Não se poderá esconder
O sol com uma peneira!


João da Palma (Amlapad)
“TRÊS QUARTEIRÕES”

Depois dos “Três Quarteirões”
De Primaveras, que fiz,
Procuro as ocasiões,
Com mais calma, ser feliz!

Caminho mais devagar,
Meço os passos com cuidado
P’los caminhos, vou andar
Com quem está a meu lado!

Andando devagarinho
E fazendo as minhas contas
Apalpando bem o caminho,
Sem entrar em veredas tontas…

Tento rodear, nos perigos…
Caminhando sempre a eito…
Conviver com os amigos,
Que merecem meu respeito!

E na azinhaga da vida,
Sem andar aos encontrões
Vou caminhando à medida,
Destes meus “Três Quarteirões”


João da Palma, Amlapad)
“UM DIA DE CADA VEZ”

Nascemos e vivemos, sem saber
A derradeira hora que nos espera
Como alegra um dia, em Primavera,
Pode outro a seguir, entristecer!

Crescemos e lutamos p’ra viver
Embebidos na nossa atmosfera…
Um dia, é como uma vela de cera…
Que num sopro se apaga, vai perecer!

Cada dia que passa, se igualou
A um sopro de luz que se apagou,
Jamais vamos voltar ao que se queria!

Há que seguir assim, com sensatez,
Vivendo um dia de cada vez,
Amanhã não será o mesmo dia!


João da Palma, (Amlapad)