domingo, 21 de novembro de 2010

“OS TRILHOS DESTA ESTRADA”

“OS TRILHOS DESTA ESTRADA”

Quem me havia a mim dizer,
Nesta longa caminhada…
Sentir que me vou perder,
Pelos trilhos desta Estrada!


Depois de ter percorrido
Seca e Meca, e Alguidares
De Baixo, e outros lugares
Estou agora convencido
Que tudo só faz sentido
Depois de se conhecer
Bati na vida a doer…
Com todas as posses minhas,
Ter de sofrer as estopinhas…
Quem me havia a mim dizer.


Já conheci tanta gente
Sempre pela vida fora
Deparo com mais, agora
Neste mundo diferente
Vejo frequentemente
Uma manhosa escalada
Por não ser facilitada
Numa selva arrepiante…
Serei mais um caminhante
Nesta longa caminhada…


Caminhei devagarinho
Eu nunca fui apressado…
E tive sempre o cuidado
Não me enganar no caminho
Acompanhado ou sozinho,
Vou indo como Deus quer
Faço por me esquecer
Das verdades do passado,
Ainda fico assustado
Sentir que me vou perder.


No meio deste labirinto…
Não posso dar firmes passos
Com entraves e embaraços,
Por vezes até pressinto
Que me perco, se não finto…
Toda esta trapalhada…
Metido nesta embrulhada
Luto, não ganho a batalha…
Metido com a canalha…
Pelos trilhos desta Estrada


Se ainda não me perdi,
Para meu maior castigo,
Com o que no mundo vi,
Já nem me encontro comigo!

21-11-10, João da Palma

terça-feira, 9 de novembro de 2010

“CAFÉ C/ LEITE SEMPRE”

“CAFÉ C/ LEITE SEMPRE”
(Leia os livros de Hotelaria
De M. Mendes Leite Júnior)


Meia de leite, o que é isto,
Que ouço ultimamente?
Onde está este registo,
Que é dito por toda a gente?


Alguém disse de boa fé…
Quanto ao líquido que se deite,
Numa chávena, o café,
E depois, encher com leite!


Da meia, é caturrice…
Nem tem cabimento algum
E além de ser burrice,
Não faz sentido nenhum.


O que resta desta meia,
Que se encha, que se ajeite…
É preferível ser cheia,
Cheia de café com leite!


Não é meia nem é cheia,
Nem é nome que se aceite
P’ra se sair desta teia…
É “Chávena de Café com Leite!”


09-11-10, João da Palma

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

SE…

Se eu não tivesse vindo naquele Verão
Para a praia da Rocha, certo dia!
Não sei nem faço ideia onde estaria
E como seria esta evolução!


Foi nos anos sessenta desde então
Fui fonte dessa vida que nascia
E que à minha volta florescia
À beira do Arade em Portimão!


Se eu tivesse ficado no Alentejo
Teria outras coisas que não vejo…
Melhores ou piores, ou talvez nada!


E se eu tivesse ido para a China…
Tal seria esse mundo, essa sina…
De ter à minha volta “Chinesada”


22-09-10, João da Palma