quarta-feira, 18 de agosto de 2010

POETIZANDO

POETIZANDO

Poetizo a redondilha,
A quadra que se perfilha
Nos poetas, a Rainha...
Faço oitavas à Camões,
Quadras de intervenções,
E a Glosa picadinha!


Faço crítica e aponto
Os males do mundo tonto...
Mas faço amor, sou gentil!
Uma sextilha manhosa,
Sei desenhar... uma rosa,
Nos lindos jardins de Abril!


Faço um poema sonhado...
Acordo contigo ao lado,
Começo a rimar esplendor!
Ironizo a maldição
Dou um beijo em tua mão...
Faço um Dueto de amor!


Rimo distância com perto,
Pinto o mar e o deserto...
Num soneto fantasia...
Faço poemas comigo,
E fazendo amor contigo,
Estamos nesta Poesia!


18-08-10, João da Palma

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

SÓNIA FERNANDES

“SEMPRE CRIANÇA”

“SEMPRE CRIANÇA”

Não é Grande, esta Menina
Ela é sempre pequenina…
Por favor, não a ofendas…
Que ela incomoda, eu sei
Porque assim que ela vos vê,
Está sempre a pedir prendas!


Menina bem ensinada
Para nunca pedir nada…
Nem aos de suas raízes…
Mas, sabemos que as Crianças,
Bastam pequenas lembranças
P’ra se sentirem felizes!


Menina à sua medida…
É igual a si, na vida
No seu tamanho, Diferente!
Não se mete na balança…
A alma duma Criança
Tal como ela vive e sente!


Todos nós temos um pouco
De inteligente, de louco…
E de Criança também!
Somos pequenos demais
Uns dos outros, desiguais
Mas Grande; não é ninguém!


09-08-10, João da Palma

terça-feira, 3 de agosto de 2010

“PTERÍGIO SEGUNDO”

“PTERÍGIO SEGUNDO”

Esta é mais uma à Camões…
Em Julho, há poucos dias
Se fosse o Euro-Milhões,
Dava-me mais alegrias!


Foi mais uma operação
Ao pterígio segundo
São as passadas no chão
Que damos cá neste mundo!


No meu estado natural
Apanhei o Vai-e-Vem
Dirigi-me ao Hospital
Sem incomodar ninguém!


Apareceste, Querida!
A seguir e de surpresa!
Deixando a Sónia entretida…
Com a Senhora da limpeza!


Por isso, o meu viver
C’os meus olhos, é assim,
Para que vos possa ver
Felizes ao pé de mim!


03-08-10, João da Palma

“ESMORCIDO”

“ESMORCIDO”

Esmorecido.
Por ver o mundo soberbo
Incrédulo e acerbo…
Cruel e indiferente
Insensível ao redor…
Cada qual é o maior…
Apático e indolente!


Esmorecido.
Por certa inteligência
Vivendo na apetência…
Apenas no próprio interesse
Vazio de sabedoria
A cada minuto espia…
Mirando sua benesse…


Esmorecido.
Por reparar na ganância
Aos que só dão importância
A tudo em seu proveito
Esmorecido vou ficando
Quando para traz olhando
As causas sem o efeito!


Esmorecido.
E nesta consternação
Resta-me a consolação
De ser melhor do que aqueles,
Que ao espelhar sua frieza
De espiritual pobreza,
Até me faz pena deles!


02-08-10, João da Palma