quinta-feira, 9 de outubro de 2014

“VISITA A MÉRTOLA”

Eu fui à minha Terra passear,
Admirei paisagem, que eu sabia
Ser bela, mas que eu mal conhecia
Mértola, essa Terra de encantar!

Eu fui então ao Migas almoçar
As Migas e entrecosto, desse dia
E o tinto ali de Pias, que fazia
Perfeita ligação desse manjar!

Naquela imensidão Alentejana
Onde leve, senti o respirar
Fui ver ali de perto o Guadiana!

Senti que mais havia a visitar
Bem pouco p’ra um dia, na semana
Fiquei com saudades de voltar!


09-10-2014, João da Palma
“CORAÇÂO AO PÉ DA BOCA”

Mote:
Sou franco, mas não culpado
De ter o meu coração
Ao pé da boca, instalado…
Gritando a voz da razão!

Glosas:
Sou franco, mas não culpado
Do mundo estar em desordem,
Não estou a mandar recado,
Nem a expressar uma ordem!

Não tenho culpa nenhuma
De ter o meu coração
Desabafando, uma a uma
Razões, que em mim estão!

Dia e noite a meu lado
Esse órgão tão sensível
Ao pé da boca, instalado
Me aconselhando o possível!

Sem qualquer constrangimento
Na dúvida ou num senão…
Transmite-me ao pensamento
Gritando a voz da razão


09-10-2014, João da Palma

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

O DIREITO Á DIFERENÇA
(À Directora da CRACEP)


Não pode ser a dona da sentença…
Nem os seus ideais foram perfeitos
Porque é indiferente à Diferença…
Daqueles que também têm Direitos!...


Trata os Diferentes com ofensa…
E pensa que só eles são imperfeitos?
Na sua apologia na descrença,
Sois vós, a que tem muitos mais defeitos!...


Não pode castigar Deficientes,
Não pode expulsar esses carentes…
Nem os pode banir da sociedade!...


Não pode ser a dona da razão!
Nem Ditadora nessa Direcção
Na CRACEP: sois a mancha da verdade!...


                     Abril de 2005, João da Palma




O DIREITO Á DIFERENÇA
(À Directora da CRACEP)


Não pode ser a dona da sentença…
Nem os seus ideais foram perfeitos
Porque é indiferente à Diferença…
Daqueles que também têm Direitos!...


Trata os Diferentes com ofensa…
E pensa que só eles são imperfeitos?
Na sua apologia na descrença,
Sois vós, a que tem muitos mais defeitos!...


Não pode castigar Deficientes,
Não pode expulsar esses carentes…
Nem os pode banir da sociedade!...


Não pode ser a dona da razão!
Nem Ditadora nessa Direcção
Na CRACEP: sois a mancha da verdade!...


                     Abril de 2005, João da Palma



segunda-feira, 8 de setembro de 2014




OUTRA VERA LAGOA 
(Ainda a propósito da expulsão da Sónia)


Crasso e tímido segredo,
Na cidade de Portimão
Ninguém reage com medo
Contra esta Direcção!...


E assim vai esta Senhora
Na CRACEP, omnipotente…
Poderá ser professora,
Mas não p’ra Deficiente!...


Contra a carta dos Direitos
Do Deficiente em questão
Nos meninos mais carentes,
Trata logo da expulsão.


Na Câmara, no meu intento…
Nem sequer me respondeu
E o Jornal Barlavento
A publicar se temeu!...


Ao que assisto actualmente,
Nesta pérfida pessoa…
Parece estarmos presente,
A outra “Vera Lagoa”!...



              Abril de 2005, João da Palma

quinta-feira, 21 de agosto de 2014


ARDÓSIA (PEDRA)
(A minha Tablet…)


Naqueles anos quarenta,
Quando não havia Net…
Tal como se apresenta
Era a minha Tablet…


Comecei na escola aos sete…
Fica aqui o meu registo!
Era a minha Tablet…
Aquela Ardósia de xisto!


Pedra ou Ardósia, em Tacões
Lápis de pedra, escrevia…
Ditados e redacções,
Pois nem sebentas havia!


Tirava a prova real,
Com a minha Tablet…
Aprendi em Portugal
O que hoje, seria um frete…


Vida de crise era aquela!
E hoje, a rapaziada…
Com Tablet… ou sem ela…
Não sabem a tabuada!


João da Palma



“DESCOBRINDO NO TEMPO”

Mote:
Meio mundo… eu já conheci!
O que é bom, e o que não presta!
Inda hei-de ver, por aí…
O outro meio…que me resta!


Glosas:
Desde os Montes à cidade,
Passei por vários atalhos
Conheci alguns trabalhos
Apalpei a realidade!
Da mentira e da verdade
Que em muitos rostos li…
Eu sei lá o que já vi,
Mentes ocas e vazias
E nestes meus parcos dias
Meio mundo…eu já conheci!

Vi rostos com realismo…
E vi amigos da onça…
Ouvi a palavra “sonsa”
Temperada com egoísmo,
Fui rodeando o abismo
De certa ideia funesta
Porque não via na testa
O selo de boas imagens
Fui lendo nos personagens
O que é bom, e o que não presta!



Do que não presta notei,
Humanos tão atrasados
Na vida, preocupados
No seu interesse, observei!
Gente tão baixa, encontrei
E a surpresas assisti
Por isso eu decidi
Passar ao lado dos falsos
Com eles, os seus fracassos
Inda hei-de ver, por aí…

Eu falo pela experiência
E no que fui encontrando
Na vida, e observando
Com alguma clarividência
Nalguma conveniência
Que a vida a tal se presta
Neste mundo há cada besta…
Que eu assim não compreendo
Mas por aí… já vou vendo,
O outro meio…que me resta!

11-07-2014, João da Palma


“MIL INTERROGAÇÕES”


Observo Atentamente a Natureza
Olho no horizonte, mil direcções
Ficam sempre p’ra mim, interrogações
Sem resposta, ficando na incerteza!


Neste vasto cenário, há beleza!
Que alastra e se espalha aos milhões
Visível há também imperfeições
Negando aos que apontam só certezas!


Se o homem só por si, não explorasse
O que o mar e a Terra cultivasse,
Para todos haveria mais aposta!


Se há em cada esquina um vilão
À espreita ao alheio jogar a mão
O mundo continua sem resposta!



                                 25-05-2014, João da Palma

sábado, 1 de fevereiro de 2014



“SEMEAR PARA COLHER”


Esperando a nova aurora renascer
Andamos neste  mundo atarefados
Com imensas canseiras e cuidados
Mas com tanto trabalho por fazer!


Desprezamos as terras sem querer!
Há tantos olivais abandonados
Alfarrobas e amêndoas, espalhados
Não se planta ou semeia para colher!


Quem conhece hoje o sacho e a enxada?
E a foice que já está abandonada!
Já não se usam pás e picaretas!


E a nova aurora já trepou p’lo monte
Já não se bebe mais naquela fonte!
Sem ovos não se fazem omeletas!



                                               João da Palma


“PRAXADOS DOS PARAFUSOS”


Dux, o que fizeste tu?
Praxaste, achas bom serviço?
Se fosses levar no c…
Ganharias mais com isso!


Levaste às ondas seis vidas
Mas, tu não foste com elas!
Tornaste em almas sofridas…
Nunca mais te lembras delas!


Seis crimes de uma só vez!
Diabólicas, empraxadas!
São horas de malvadez,
Atitudes desgraçadas!


Mas que raio de gente é esta?
Matam a frio sem sentir!
Nesta gente nada presta,
Nem deviam existir!


Na sociedade apareceram,
Garrochos e obtusos…
Parece que já nasceram
Praxados dos parafusos!



                                 João da Palma


“2º DESDE O PASTOR AO GANHÃO”


Eram tais as profissões,
Que no Monte de Tacões
Toda a gente se mexia…
Alfaiates, sapateiros,
Lavradores, fazendeiros
E outras tarefas havia!


Os pentes para os teares
Para todos os lugares
O meu pai era o artista…
Além de ser Alfaiate,
Ele ia sempre ao combate
Nas artes que ele sabia!


Recordo o Sapateiro
José Augusto o primeiro
Na arte do bom calçado!
Não faltavam profissões
Em Martinhanes, Tacões
E Penilhos ali ao lado!


Bons abegões e Ferreiros
Tecedeiras e Pedreiros
E profissões de sobejo…
Toda a gente trabalhava
Aquelas terras, lavrava
Era assim o Alentejo!



                               João da Palma


“1º DESDE O PASTOR AO GANHÃO”


Cavacos eram tanganhos…
Todos de vários tamanhos,
Troncos de estevas caídos
Pelos matos espalhados
Em feixes, e transportados
Nos “chupões” eram ardidos!


A esteva era a energia
Dentro das casas ardia
Era lareira e fogão
Nos monturos, em braçados
Eram lá depositados
Reservas de Inverno e Verão!



A água vinha do poço
Inda me recorda em moço
Como era transportada!
De enfusas à cabeça,
Por estranho que pareça
Como vinha equilibrada!


Toda a gente trabalhava,
Mondava, também ceifava
E o trigo era o nosso pão!
Às terras havia apego
Não havia desemprego
Desde o pastor ao ganhão!


                              João da Palma




“PODRE SOCIEDADE”


Mote:
Nesta podre sociedade
O mundo, é bola que gira!
O que hoje é verdade,
Amanhã já é mentira!


Glosas:
Nesta podre sociedade
A honra sofre demais!
Porque tem necessidade
De afirmar traços reais


Entre malandros, velhacos
O mundo, é bola que gira!
Roda sempre contra os fracos,
A justa razão lhes tira!


A esfera da falsidade
Atulhada em vigarice,
O que hoje é verdade
P’ro justo, é uma aldrabice!


Onde um corrupto entrou
É como a dança do vira…
O que hoje a honra afirmou,
Amanhã já é mentira!



                           João da Palma


“NADA SABEMOS”


Mote:
Valha-me Deus, nós dizemos,
E também, se Deus quiser!
O que isto quer dizer,
Até hoje, nada sabemos!


Glosas:
Valha-me Deus, nós dizemos,
Conforme, fomos ouvindo
Bem ou mal vamos seguindo
Até que um dia, morremos!


Olhando o céu, suplicamos
E também se Deus quiser!
Pedimos, o que se quer
Mesmo que não recebamos!


Assim nesta situação
Damos voltas, sem saber
O que isto quer dizer!
Nem existe confirmação!


Cemitérios, se observemos
Milhões foram a enterrar
Sem ninguém se levantar…
Até hoje, nada sabemos!



João da Palma


“LINHAS TORTAS”


Amigo, como é que entraste
Nestes catorze, e deixaste
Os treze fora da norma?
Espero que tivesses entrado
Bem, e não fosses cortado…
No ordenado ou reforma!


Que o ano comece bem
E que não falte a ninguém
O que no treze faltou!
Haja mais trabalho e pão,
Que vão todos p’ra prisão
Quem este povo roubou!


Que em cada mês, cada dia,
Haja paz e alegria,
Saúde e algum trocado!
Que a justiça seja feita
Mais isenta e perfeita…
Em defesa do honrado!


E, que até ao fim do ano
Haja mais calor humano
Desse frio; que nos gelaram!
Cortem Passos…fechem Portas…
Alinhemos linhas tortas…
Que estes Burros…entortaram!



João da Palma

ARDÒSIA (A minha Tablet...)


ARDÓSIA (PEDRA)
(A minha Tablet…)


Naqueles anos quarenta,
Quando não havia Net…
Tal como se apresenta
Era a minha Tablet…


Comecei na escola aos sete…
Fica aqui o meu registo!
Era a minha Tablet…
Aquela Ardósia de xisto!


Pedra ou Ardósia, em Tacões
Lápis de pedra, escrevia…
Ditados e redacções,
Pois nem sebentas havia!


Tirava a prova real,
Com a minha Tablet…
Aprendi em Portugal
O que hoje, seria um frete…


Vida de crise era aquela!
E hoje, a rapaziada…
Com Tablet… ou sem ela…
Não sabem a tabuada!



João da Palma

"EUSÈBIO"

“EUSÉBIO”


Morreu o “Pantera Negra”
Eusébio da Silva Ferreira
Ficou dele, bem viva regra…
Ser o Maior na “Chuteira”


Foi campeão Nacional
E não tem comparação…
Elevando Portugal,
No Clube do coração!


Foi aqui, no seu país
Que foi enorme e brilhou
Benfiquista de raiz,
Patriota se afirmou!


Foi Águia sempre no peito,
Foi Verão e Primavera!
Foi esposo e pai perfeito…
Foi Artilheiro, foi Pantera!


Foi Superior, fez história
No futebol, sem igual!
Merece ir com sua Glória!
Para o Panteão Nacional!



05-01-2014, João da Palma