quinta-feira, 21 de agosto de 2014


ARDÓSIA (PEDRA)
(A minha Tablet…)


Naqueles anos quarenta,
Quando não havia Net…
Tal como se apresenta
Era a minha Tablet…


Comecei na escola aos sete…
Fica aqui o meu registo!
Era a minha Tablet…
Aquela Ardósia de xisto!


Pedra ou Ardósia, em Tacões
Lápis de pedra, escrevia…
Ditados e redacções,
Pois nem sebentas havia!


Tirava a prova real,
Com a minha Tablet…
Aprendi em Portugal
O que hoje, seria um frete…


Vida de crise era aquela!
E hoje, a rapaziada…
Com Tablet… ou sem ela…
Não sabem a tabuada!


João da Palma



“DESCOBRINDO NO TEMPO”

Mote:
Meio mundo… eu já conheci!
O que é bom, e o que não presta!
Inda hei-de ver, por aí…
O outro meio…que me resta!


Glosas:
Desde os Montes à cidade,
Passei por vários atalhos
Conheci alguns trabalhos
Apalpei a realidade!
Da mentira e da verdade
Que em muitos rostos li…
Eu sei lá o que já vi,
Mentes ocas e vazias
E nestes meus parcos dias
Meio mundo…eu já conheci!

Vi rostos com realismo…
E vi amigos da onça…
Ouvi a palavra “sonsa”
Temperada com egoísmo,
Fui rodeando o abismo
De certa ideia funesta
Porque não via na testa
O selo de boas imagens
Fui lendo nos personagens
O que é bom, e o que não presta!



Do que não presta notei,
Humanos tão atrasados
Na vida, preocupados
No seu interesse, observei!
Gente tão baixa, encontrei
E a surpresas assisti
Por isso eu decidi
Passar ao lado dos falsos
Com eles, os seus fracassos
Inda hei-de ver, por aí…

Eu falo pela experiência
E no que fui encontrando
Na vida, e observando
Com alguma clarividência
Nalguma conveniência
Que a vida a tal se presta
Neste mundo há cada besta…
Que eu assim não compreendo
Mas por aí… já vou vendo,
O outro meio…que me resta!

11-07-2014, João da Palma


“MIL INTERROGAÇÕES”


Observo Atentamente a Natureza
Olho no horizonte, mil direcções
Ficam sempre p’ra mim, interrogações
Sem resposta, ficando na incerteza!


Neste vasto cenário, há beleza!
Que alastra e se espalha aos milhões
Visível há também imperfeições
Negando aos que apontam só certezas!


Se o homem só por si, não explorasse
O que o mar e a Terra cultivasse,
Para todos haveria mais aposta!


Se há em cada esquina um vilão
À espreita ao alheio jogar a mão
O mundo continua sem resposta!



                                 25-05-2014, João da Palma